RESUMO DA MATÉRIA

  • A remoção de exposições tóxicas de sua vida, pode ajudar a reduzir o risco de doenças e aumentar sua qualidade de vida e bem-estar
  • O primeiro item a ser removido é o ácido linoleico, o ácido graxo primário encontrado em óleos vegetais/sementes na maioria dos alimentos processados ​​e de restaurantes
  • Outros itens a serem eliminados para melhorar a saúde incluem: adoçantes artificiais, recipientes e garrafas plásticas para alimentos e panelas antiaderentes
  • Sabonetes antibacterianos, produtos comerciais de limpeza e cuidados pessoais e EMFs do seu celular também devem ser eliminados o máximo que for possível

Por Dr. Mercola

Por mais de 2 décadas, meu objetivo tem sido capacitá-lo com ferramentas para controlar sua saúde e melhorar sua qualidade de vida e bem-estar. Estima-se que 60% dos americanos dizem que querem se sentir mais saudáveis, porém apenas 2,7% de fato atendem à definição do que é levar um estilo de vida saudável.

Embora possa parecer cansativo revisar seus níveis de atividade física e hábitos alimentares, dividir as mudanças em etapas "pequenas" torna muito mais fácil de administrar.

As informações a seguir são um exemplo de estratégias diretas e eficazes que podem fazer uma grande diferença em sua saúde, mesmo que você a institua um passo de cada vez. Ao remover esses itens de sua vida, você elimina a exposição a influências tóxicas que contribuem para doenças e mal-estar, enquanto abre espaço para a introdução de influências promotoras de saúde em seu lugar.

Elimine essas 10 coisas para uma vida mais saudável

1. Ácido linoleico – O ácido linoleico é a gordura primária encontrada em ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs), incluindo óleos vegetais/sementes, sendo responsável por cerca de 80% da composição gordurosa dos óleos vegetais. Esse não é o caso dos cidadãos americanos, mas gorduras ômega-6 devem ser equilibradas com as gorduras ômega-3 para não se tornarem prejudiciais. A maioria do ômega-6 que as pessoas consomem, incluindo óleos de sementes, foi danificada e oxidada através do processamento.

"A maior parte desse ácido linoleico, quando oxida, desenvolve hidroperóxidos lipídicos e, em seguida, degeneram de maneira rápida em metabólitos de ácido linoleico oxidado", diz o Dr. Chris Knobbe, oftalmologista, fundador e presidente da Cure AMD Foundation. Segundo Knobbe, OXLAMs (metabólitos de ácido linoleico oxidado) são:

  • Citotóxico e genotóxico
  • Mutagênico
  • Cancerígeno
  • Aterogênico
  • Trombogênico

A disfunção metabólica também pode ocorrer, enquanto os OXLAMs são tóxicos para o fígado e estão associados à inflamação, fibrose e doença hepática gordurosa em humanos. O ácido linoleico é encontrado em quase todos os alimentos processados, incluindo de restaurantes, molhos e temperos para salada, portanto, para removê-lo, você precisará eliminar a maioria dos alimentos processados ​​e de restaurante de sua dieta, a menos que você possa confirmar que o chef cozinha só cozinha com manteiga.

Porém, como os animais são alimentados com grãos ricos em ácido linoleico, ele também está escondido em alimentos “saudáveis,” como frango e porco, tornando assim essas carnes uma fonte importante. O azeite de oliva é outro alimento saudável que pode ser uma fonte oculta de ácido linoleico, pois no geral é cortado com óleos de sementes mais baratos.

2. Se alimentar após o jantar — O horário de suas refeições é quase tão importante quanto os alimentos que as compõem. A alimentação com restrição de tempo (TRE) é uma intervenção simples e eficaz, que imita os hábitos alimentares de nossos ancestrais e restaura seu corpo a um estado mais natural, permitindo assim que toda uma série de benefícios metabólicos possam ocorrer.

O TRE envolve limitar sua janela alimentar de 6 a 8 horas por dia, em vez da janela de mais de 12 horas que a maioria das pessoas utiliza. A pesquisa mostra, por exemplo, que o TRE promove a sensibilidade à insulina e melhora o controle do açúcar no sangue, aumentando as taxas de absorção de glicose mediada pela insulina, o que é importante para resolver o diabetes tipo 2.

Em um estudo, quando 15 homens com riscos de diabetes tipo 2 restringiram suas alimentações para dentro de um período de nove horas, eles foram capazes de reduzir suas taxas médias de glicemia em jejum, independente do horário de início da "janela de alimentação." O ideal é que você deve parar de consumir alimentos por várias horas antes de dormir e, em seguida, iniciar sua janela de alimentação no meio da manhã após acordar.

3. EMFs e telefones celulares — A maioria dos telefones celulares inclui um aviso não muito conhecido, afirmando manter o telefone a uma certa distância do corpo [geralmente de 5 a 15 milímetros (mm)]para limitar a exposição à radiofrequência (RF) abaixo do limite de segurança federal. Se você carregar o telefone no bolso ou no sutiã, ou segurá-lo contra o ouvido enquanto fala, está violando esse aviso com consequências desconhecidas para a saúde.

Devra Davis, Ph.D., fundadora e presidente do Environmental Health Trust, alertou há anos a respeito dos riscos de telefones celulares em geral, em particular, sobre os riscos para mulheres grávidas e seus filhos não nascidos, observando que estudos pré-natais realizados em animais têm mostrado exposição à radiação de telefones celulares:

  • DNA alterado
  • Metabolismo cerebral alterado
  • Medula espinhal comprometida
  • Habilidades de aprendizado afetadas

Pesquisas conduzidas pelo Programa Nacional de Toxicologia (NTP), também encontraram “evidências claras” de que a exposição à radiação do celular levou a tumores cardíacos nos ratos machos, com “algumas evidências” de que causou tumores no cérebro e nas glândulas supra-renais.

Embora a maioria das pessoas não queira eliminar o celular, evite carregá-lo no perto do corpo e mantenha-o no modo avião o máximo possível. Porém, mesmo no modo avião, ele ainda pode emitir sinais, motivo esse pelo qual você não deve dormir com ele em seu quarto e deve desligá-lo durante à noite.

4. Adoçantes artificiais — Consumir alimentos e bebidas adoçados de maneira artificial provoca interrupções no metabolismo e tem sido associado ao aumento do apetite e desejos, bem como ao aumento do risco de diabetes e outras doenças metabólicas.

Os adoçantes artificiais acessulfame de potássio e sucralose (marca Splenda) podem até interferir no processo de desintoxicação do fígado, pois pesquisas descobriram que eles inibem a atividade da glicoproteína-P (PGP), uma “proteína de defesa” importante na proteção dos organismos contra toxinas ambientais.

O PGP também desempenha um papel em outras funções do organismo, incluindo a manutenção da barreira hematoencefálica, então os pesquisadores enfatizaram a necessidade de mais pesquisas para determinar como os adoçantes artificiais podem afetar outros órgãos além do fígado. O estudo de coorte em grande escala descobriu que as pessoas que consumiam grandes quantidades de adoçantes artificiais tinham maior risco de câncer geral em comparação com os não consumidores.

Em específico, os riscos totais de câncer aumentaram 13% entre os consumidores de adoçantes artificiais, enquanto o risco de câncer de mama aumentou 22% e o risco de câncer relacionado à obesidade aumentou até 15%. Além de seu uso comum em bebidas dietéticas e lanches com baixo teor de açúcar, esteja ciente que os adoçantes artificiais estão escondidos em muitos produtos que podem surpreendê-lo, incluindo laticínios, ketchup, molho de salada, assados ​​e medicamentos.

5. Recipientes e garrafas de plástico para alimentos — Caso ainda esteja armazenando ou consumindo seus alimentos em recipientes de plástico, mudar para alternativas seguras como vidro, cerâmica e aço inoxidável é uma sábia escolha.

Temos como exemplo, os microplásticos, pequenos pedaços de plástico, são comuns na água engarrafada. Quando pesquisadores do departamento de química da Universidade Estadual de Nova York em Fredonia testaram 259 garrafas de água, encontraram contaminação de microplásticos em 93% delas.

Não se sabe quais são os riscos à saúde decorrentes do consumo dessas minúsculas partículas de plástico, porém sabe-se que os microplásticos podem agir como esponjas para contaminantes, incluindo metais pesados, poluentes orgânicos persistentes, bifenilos policlorados (PCBs) ou patógenos, além de causar danos em um nível celular ou subcelular.

Os plásticos também podem lixiviar produtos químicos em seus alimentos e bebidas. Os ftalatos são apenas um exemplo de produtos químicos de alto volume de produção utilizados ​​com frequência como plastificantes em cloreto de polivinila (PVC) e outros plásticos, alguns dos quais são utilizados ​​em embalagens de alimentos usados ​​por restaurantes de fast food e takeaway. O risco pode ser ainda maior se você aquecer alimentos em plástico ou até mesmo deixar uma garrafa de água de plástico exposta ao sol.

Por exemplo, o antimônio, um produto químico utilizado para fabricar plásticos de tereftalato de polietileno (PET) usado em garrafas de água, é conhecido por lixiviar na água, e um estudo descobriu que armazenar as garrafas em temperaturas mais altas aumenta a quantidade de lixiviação.

6. Panelas antiaderentes — A conveniência de uma superfície antiaderente tem um preço alto, pois os produtos químicos utilizados ​​em sua fabricação persistem no meio ambiente, estão contaminando o abastecimento de água e têm sido associados a problemas de desenvolvimento, câncer, danos no fígado, efeitos imunológicos, problemas de tireoide, entre outros.

É estimado que os produtos químicos polifluoroalquil ou perfluoroalquil (PFASs), que incluem PFOA e PFOS, estejam no sangue de mais de 98% dos americanos. Enquanto a produção de PFOA terminou em 2015, a DuPont e outras empresas substituíram produtos químicos semelhantes na produção de panelas antiaderentes.

Em maio de 2015, mais de 200 cientistas de 40 países assinaram a declaração de Madri, alertando sobre os danos dos PFAS e documentando os seguintes efeitos de sua exposição:

Toxicidade hepática

Perturbação do metabolismo lipídico e dos sistemas imunológico e endócrino

Efeitos neurocomportamentais adversos

Toxicidade neonatal e morte

Tumores em diversos sistemas de órgãos

Câncer de testículo e rim

Mau funcionamento do fígado

Hipotireoidismo

Colesterol alto

Colite ulcerativa

Redução do peso e tamanho ao nascimento

Obesidade

Diminuição da resposta imune às vacinas

Redução dos níveis hormonais e atraso na puberdade

As opções mais saudáveis incluem panelas de cerâmica e ferro fundido esmaltado, ambas duráveis, fáceis de limpar e inertes, o que significa que não liberarão nenhum produto químico nocivo dentro da sua casa.

7. Sabonetes e detergentes antibacterianos — O uso excessivo e liberal de produtos antimicrobianos, como desinfetantes domésticos e industriais, desinfetantes para as mãos e outros produtos de limpeza antibacterianos, está aumentando o risco de resistência antimicrobiana (AMR) no meio ambiente.

A RAM foi declarada uma das 10 principais ameaças globais de saúde pública à humanidade, causando cerca de 700.000 mortes no mundo a cada ano. O uso de sabonete antibacteriano causa até mesmo mudanças na composição microbiana da pele, podendo e afetar a saúde da mesma.

Os produtos antibacterianos também podem conter triclosan, um produto químico antibacteriano e conhecido desregulador endócrino. É tão utilizado que se estima que 75% da população dos EUA tenha sido exposta, uma estatística preocupante, pois é absorvida pela pele humana e mucosa oral, onde pode afetar as respostas imunológicas, a produção de espécies reativas de oxigênio e as funções cardiovasculares. Efeitos reprodutivos e de desenvolvimento também foram observados.

A menos que você esteja em um ambiente hospitalar, evite sabonetes e detergentes antibacterianos, incluindo desinfetantes para as mãos e lenços umedecidos, creme dental, desodorantes e detergentes para a roupa.

8. Produtos de limpeza comercial — Os produtos de limpeza doméstica podem liberar compostos orgânicos voláteis, podendo causar asma e doenças respiratórias. Um estudo, foi descoberto que mulheres que utilizaram agentes químicos de limpeza tiveram declínio acelerado da função pulmonar, o que pode sinalizar um risco para a saúde respiratória a longo prazo.

Os ftalatos também são comuns em produtos de limpeza, sobretudo variedades perfumadas. Estudos mostram associações entre a exposição a ftalatos no útero e as seguintes condições de saúde:

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

Problemas comportamentais

Desenvolvimento cognitivo adverso

QI mais baixo

Pior desenvolvimento psicomotor

Comunicação social prejudicada

A boa notícia é que é fácil substituir os produtos de limpeza químicos por uma pequena lista de ingredientes básicos, podendo ser utilizados ​​para fazer seus próprios produtos de limpeza naturais:

Bicarbonato de sódio

Vinagre branco

Suco de limão

Água oxigenada

Sabão de castela líquido

Óleos essenciais orgânicos (opcional) Determinados óleos, como de lavanda e melaleuca, têm propriedades antibacterianas

Tigelas

Borrifadores

Panos de prato de algodão

9. Produtos de higiene pessoal tóxicos — Os produtos de higiene pessoal contêm produtos químicos desreguladores endócrinos, incluindo ftalatos e parabenos, e tolueno, um neurotóxico. Muitos poucos produtos químicos no mercado são testados quanto à segurança, porém mesmo aqueles que não são de certo modo seguros. Parte disso ocorre, porque os testes de segurança são feitos em apenas um produto químico por vez e em condições de laboratório.

A maneira como você está de fato exposto a produtos químicos, em combinação e sob inúmeros cenários diferentes do mundo real, pode aumentar sua toxicidade de modo exponencial. É possível que o uso de produtos de higiene pessoal e cosméticos influencie a idade da menopausa, além de ter um bebê com maior risco de ser pequeno para a idade gestacional.

No mínimo 11 produtos químicos e famílias químicas de preocupação foram descobertos serem muito utilizados ​​em cosméticos. Eles incluem:

Hidroxianisol butilado/hidroxitolueno
 butiladoCorantes de alcatrão de carvão

6. Dietanolamina (DEA)

Conservantes liberadores de formaldeído

Parabenos

Ftalatos

1,4 dioxano

Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos

Siloxanos

Talco/amianto

Triclosan

Para evitar a exposição, simplifique sua rotina e faça seus próprios produtos de higiene pessoal utilizando ingredientes seguros como óleo de coco, sabão neutro e óleos essenciais.

10. Sua cadeira — Sentar é uma influência negativa perniciosa em sua saúde, pois ser sedentário por longos períodos todos os dias, parece acelerar o envelhecimento no nível celular. Entre cerca de 1.500 mulheres idosas incluídas em um estudo, aquelas que se sentaram por mais tempo eram, em média, 8 anos mais velhas, biologicamente falando, do que as mulheres que se movimentavam com mais frequência.

Pesquisas separadas, publicadas no American Journal of Preventive Medicine, descobriram que ficar sentado por mais de 3 horas por dia causou 3,8% das mortes por todas as causas nos 54 países pesquisados.

Reduzir o tempo que você passa sentado para menos de três horas por dia pode aumentar sua expectativa de vida em 0,2 anos, concluíram os pesquisadores. Mais de 60% das pessoas em todo o mundo passam mais de 3 horas por dia sentadas, então “sente-se menos, mova-se mais” é um lema que vale a pena repetir. Um modo simples de fazer isso, é substituir a cadeira da mesa por uma mesa de pé e caminhar o máximo possível todos os dias.

Lembre-se, embora eu o encoraje a trabalhar em cada item desta lista, você não precisa eliminá-los todos de uma vez. Com cada exposição tóxica que você remover de sua vida, você desfrutará de uma saúde melhor e receberá motivação renovada para continuar sua busca para alcançar a saúde ideal.