📝RESUMO DA MATÉRIA
- O magnésio está envolvido em mais de 600 reações bioquímicas diferentes em seu corpo. Sua deficiência pode contribuir para problemas significativos à saúde. Duas patologias comuns associadas à deficiência de magnésio são o diabetes tipo 2 e as doenças cardíacas
- Pesquisas recentes associaram baixos níveis de magnésio ao diabetes e à pressão alta, ambos os quais são fatores de risco para doenças cardíacas
- Foi demonstrado que o magnésio pode melhorar a condição de pacientes com diabetes tipo 2. Diabéticos que tomaram 250 miligramas de magnésio por dia durante três meses melhoraram sua sensibilidade à insulina em 10% e reduziram o açúcar no sangue em 37%
- A melhor forma de descobrir seus níveis de magnésio é fazendo um exame de RBC, que mede a quantidade de magnésio nas células vermelhas do sangue, além de rastrear quaisquer sinais e sintomas de deficiência desse mineral
🩺Por Dr. Mercola
O magnésio está envolvido em centenas de reações bioquímicas diferentes em seu corpo. Sua deficiência pode contribuir para problemas significativos à saúde. Duas patologias comuns associadas à deficiência de magnésio são o diabetes tipo 2 e as doenças cardíacas.
De acordo com uma revisão científica, o baixo nível de magnésio pode ser a melhor forma de prever doenças cardíacas, e outras pesquisas recentes publicadas no periódico Open Heart sugerem que mesmo a deficiência pode comprometer a saúde cardiovascular.
Conforme observado em uma revisão científica de 2018 publicada no periódico Open Heart, a “maioria das pessoas nas sociedades modernas corre o risco de ter deficiência de magnésio” devido a “doenças crônicas, medicamentos, reduções no teor de magnésio das culturas alimentares e da disponibilidade de alimentos processados e refinados".
De acordo com esse mesmo estudo, a maioria das pessoas não ingere a quantidade diária recomendada de magnésio; 48% dos norte-americanos não consomem magnésio suficiente através da alimentação. Entre as mulheres na pós-menopausa com osteoporose, a taxa de deficiência de magnésio é de 84%.
Os diabéticos tipo 2 também tendem a ser mais propensos à deficiência de magnésio. Isso foi observado em 75% dos pacientes com diabetes tipo 2 mal controlado, afirma a revisão.
O magnésio protege a saúde do coração
Baixos níveis de magnésio têm sido associados a um risco maior de pressão alta, derrame e morte por ataque cardíaco. De acordo com os autores do estudo Open Heart, “a maioria das pessoas precisa de 300 mg de magnésio por dia para diminuir o risco de desenvolver inúmeras doenças crônicas", incluindo problemas cardíacos e diabetes. O magnésio auxilia no funcionamento do coração e ajuda a prevenir doenças cardíacas:
- Combatendo a inflamação, o que ajuda a prevenir o enrijecimento das artérias
- Normalizando a pressão
- Melhorando o fluxo sanguíneo através do relaxamento das artérias e impedindo o espessamento do sangue, o que permite que ele flua melhor
Estudos associam baixos níveis de magnésio ao risco de diabetes
Uma meta-análise anterior, publicada em 2007, também descobriu que a ingestão de magnésio estava inversamente associada à incidência de diabetes tipo 2. Essa análise incluiu sete estudos de coorte que analisaram o magnésio de alimentos, de suplementos ou de ambos combinados. De acordo com os autores:
“Todos os estudos, exceto um, descobriram uma relação inversa entre a ingestão de magnésio e o risco de diabetes tipo 2. Em quatro deles, a associação foi estatisticamente significativa.
O risco relativo geral do aumento de 100 mg por dia na ingestão de magnésio foi de 0,85. Os resultados foram semelhantes para a ingestão do mineral através da dieta ou do consumo total. Não houve evidências de viés ou parcialidade na publicação."
A suplementação de magnésio não apenas pode reduzir o risco de diabetes tipo 2, mas também demonstrou melhorar sua condição caso você já tenha a doença. Isso foi demonstrado em um estudo de 2018 no periódico Nutrients.
Os diabéticos tipo 2 que tomaram 250 miligramas (mg) de magnésio por dia durante três meses tiveram uma melhora significativa nos níveis de insulina e HbA1C (hemoglobina A1c, que é um marcador do controle da glicose a longo prazo) quando comparados ao grupo de controle.
Como observado pelos autores, "os resultados deste estudo corresponderam a estudos anteriores que concluíram que a suplementação oral diária de Magnésio melhorou a sensibilidade à insulina em 10% e reduziu o açúcar no sangue em 37%".
Você tem deficiência de magnésio?
A melhor forma de verificar seus níveis de magnésio é fazer um teste RBC, que mede a presença do mineral nos glóbulos vermelhos, além de rastrear quaisquer sinais e sintomas de deficiência de magnésio, como:
Convulsões; espasmos musculares, no músculo da
panturrilha, que ocorrem quando você estica a perna, e/ou nos olhos |
Dormência ou formigamento nas extremidades |
Resistência à
insulina |
Pressão alta, arritmias cardíacas e/ou espasmos
coronários |
Dores de cabeça e/ou enxaquecas frequentes |
Falta de energia, fadiga e/ou perda de apetite |
O sinal de Trousseau — Para verificar esse sinal, afere-se a pressão
com um aparelho preso ao seu braço. A pressão deve ser maior que a arterial
sistólica e deve ser mantida por três minutos. Ao ocluir a artéria braquial em seu braço, ocorre a
indução de espasmos na mão e no antebraço. Em caso de deficiência de
magnésio, a falta de fluxo sanguíneo fará com que seu punho e articulação
metacarpofalângica se flexionem e seus dedos abram. |
Faça seu exame hoje mesmo
O GrassrootsHealth, que está conduzindo pesquisas patrocinadas pelos consumidores sobre vitamina D e ômega-3, adicionou o magnésio às suas pesquisas sobre nutrientes.
Seu Kit para medição de vitamina D, magnésio e ômega 3 PLUS Elements é uma forma excelente e econômica de verificar os níveis de vários nutrientes vitais como selênio, zinco, cobre e os metais pesados cádmio, chumbo e mercúrio.
Cada kit contém instruções sobre como coletar sua amostra de sangue. Uma vez feita a coleta, você envia sua amostra e preenche um rápido questionário on-line no site do GrassrootsHealth.
Sua participação neste projeto de pesquisa permite que os pesquisadores da GrassrootsHealth ofereçam dados precisos sobre o teor de magnésio da população, num nível no qual ocorre a prevenção de doenças, e um guia sobre como otimizar seus níveis desse mineral.
Tudo isso são informações cruciais que podem melhorar bastante a saúde pública. Conforme explicado pela GrassrootsHealth, as perguntas sobre magnésio para as quais esse projeto em particular pretende fornecer respostas incluem:
- Que resultados específicos à saúde estão associados a esse nutriente?
- Como posso descobrir minha ingestão ideal? Qual é a relação geral de dosagem e reação? E no meu caso específico?
- Faz diferença se eu também estou ingerindo vitamina D? E o ômega-3?
- Faz alguma diferença a composição específica deste nutriente que eu tomo? Preciso tomar em um horário específico? Com que frequência?
- Quais são os resultados utilizados para criar a dosagem recomendada desse nutriente?
Os resultados do seu teste serão enviados por e-mail em 10 a 20 dias após o recebimento das amostras. Seus dados de saúde são mantidos anônimos. Observe que 100% do lucro dos kits destina-se a financiar o projeto de pesquisa. Eu não cobro nada para distribuí-los.
Por que a maioria das pessoas precisa ingerir mais magnésio?
Um dos motivos pelos quais a insuficiência ou deficiência de magnésio é tão comum entre adultos e adolescentes tem a ver com o fato de que a maioria das pessoas não consome tantos vegetais quanto deveriam. O magnésio faz parte da molécula de clorofila responsável pela cor verde das plantas.
O risco de deficiência de magnésio aumenta ainda mais para pessoas que consomem alimentos processados com frequência. Dito isso, mesmo que você não deixe de comer verduras, talvez precise tomar um suplemento, já que a maioria dos alimentos é cultivada em solos sem minerais e, portanto, tem muito menos magnésio do que o mesmo alimento teria anos atrás.
A absorção de magnésio também depende de o corpo ter quantidades suficientes de selênio, o hormônio da paratireoide, e as vitaminas B6 e D, sendo dificultada pelo excesso de etanol, sal, café e ácido fosfórico.
A sudorese, estresse, falta de sono, menstruação excessiva e certos medicamentos (especialmente diuréticos e inibidores da bomba de prótons) também esgotam o magnésio do corpo. Por esses motivos, a maioria das pessoas precisa suplementar sua ingestão de magnésio. O suplemento de magnésio é particularmente recomendável caso você:
Tenha sintomas de insuficiência ou deficiência do
mineral |
Tenha pressão alta |
Faça exercícios extenuantes regularmente — uma
pesquisa demonstrou que apenas seis a 12 semanas de atividade física
extenuante podem causar deficiência de magnésio, provavelmente devido ao
aumento da demanda de magnésio no músculo esquelético |
Esteja tomando diuréticos ou medicamentos para
pressão alta, que podem provocar uma deficiência indetectável de magnésio
(embora os pacientes possam exibir um nível de magnésio sérico normal ou
mesmo alto, seus corpos estão na verdade exauridos do nutriente) |
Tenha feito ou esteja planejando fazer um
transplante de coração ou cirurgia cardíaca aberta |
Esteja em risco ou tenha sofrido um ataque cardíaco
ou arritmia ventricular |
Tenha insuficiência
cardíaca congestiva |
Seja resistente à insulina ou diabético (as duas condições
aumentam a depleção de magnésio) |
Consuma mais alimentos ricos em magnésio
A ingestão diária recomendada de magnésio é de 310 a 420 mg por dia, dependendo da sua idade e sexo, mas muitos especialistas recomendam de 600 a 900 mg por dia.
Pessoalmente, acredito que muitos podem se beneficiar da ingestão de 1 a 2 gramas (1.000 a 2.000 mg) de magnésio por dia, já que estamos todos expostos a campos eletromagnéticos e a quantidade extra do nutriente pode ajudar a diminuir os danos causados por essa exposição.
Para começar, considere incluir mais vegetais ricos em magnésio na sua dieta. Vegetais de folhas verde-escuras são os melhores em matéria de teor de magnésio. Sucos verdes podem aumentar sua ingestão de uma forma natural e deliciosa.
Outros alimentos particularmente ricos em magnésio incluem natto, cacau cru, cacau em pó sem açúcar, abacate sementes de gergelim e abóbora e ervas como cebolinha e manjericão. Uma forma de verificar sua ingestão diária de magnésio nos alimentos é fazer um acompanhamento nutricional gratuito, como o do Cronometer.
Outras formas de aumentar seus níveis de magnésio
Caso sua ingestão de magnésio através da alimentação seja insuficiente, é melhor fazer uma suplementação oral ou tópica. Em matéria de suplementação oral, minha preferência pessoal é o treonato de magnésio, pois parece ser o mais eficiente em penetrar nas membranas celulares, incluindo suas mitocôndrias e barreira hematoencefálica.
Como regra geral, recomendo iniciar com uma dose de 200 mg de citrato de magnésio por dia, aumentando gradualmente a sua dose até as fezes ficarem ligeiramente mais soltas. Para esse método, você precisa usar o citrato de magnésio, pois ele é conhecido por suas propriedades laxantes. Após chegar ao seu limite de ingestão, você pode escolher outro método. Outras formas eficientes de aumentar seu nível de magnésio incluem:
- Tomar Sal de Epsom (sulfato de magnésio), que faz com que o magnésio seja absorvido pela pele.
- Usar uma solução tópica — prepare uma solução supersaturada de sal Epsom dissolvendo 7 colheres de sopa de sal em 200 ml de água e aquecendo até que todo o sal se dissolva. Coloque a solução em um frasco conta-gotas, aplique na pele e esfregue folas frescas de aloe vera para dissolver.
Esta é uma forma fácil e barata de aumentar seus níveis de magnésio, permitindo que você receba dosagens mais altas sem se preocupar com os efeitos laxantes.
O magnésio pode ser ingerido com ou sem alimentos. Caso também esteja tomando um suplemento de cálcio, tome os dois juntos. Pessoas que se exercitam regularmente podem tomar cálcio e magnésio em uma proporção de uma parte de cálcio para duas partes de magnésio no pós-treino.
Embora acredite-se que a proporção ideal de magnésio para cálcio seja de 1 para 1, a maioria das pessoas ingere muito mais cálcio do que magnésio em sua dieta; portanto, você pode precisar de uma suplementação duas a três vezes maior do que sua ingestão de cálcio.
🔍Recursos e Referências
- Harvard School of Public Health, Magnesium
- Open Heart 2018;5:e000668, Magnesium in human biology
- NIH.gov Magnesium Fact Sheet for Professionals
- BMC Medicine, December 8, 2016; 14: 210
- Reuters December 30, 2016
- New Hope Network January 31, 2013
- Open Heart 2018:e000668 (PDF)
- Open Heart 2018;5:e000668
- Open Heart 2018;5:e000668, Magnesium deficiency
- Medical News Today July 12, 2016
- BMC Medicine, December 8, 2016
- Thyroidmom.com February 1, 2018
- Nutrition Reviews 2012;70(3):153-64
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- Diabetic Medicine December 2013
- J Am Coll Nutr December 2006 ;25(6):486-92
- Diabetic Medicine 1995; 12(8):664-669
- Diabetes Research and Clinical Practice October 31, 2019 [Epub ahead of print]
- Diabetes Research and Clinical Practice October 31, 2019 [Epub ahead of print], Results
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- Nutrients 2018 Dec 26;11(1). pii: E44
- Great Falls Tribune December 22, 2014
- Carolyn Dean, Gauging Magnesium Deficiency Symptoms
- GrassrootsHealth.net Magnesium Plus Focus Project
- Journal of Nutrition 2011 Oct;141(10):1847-54
- Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics July 2014; 114(7): 1009-1022.e8
- Medical Hypotheses 2001 Feb;56(2):163-70
- Dr. Stephen Sinatra, Benefits of Magnesium Supplements for Heart Health
- Daily Mail January 9, 2018
- National Institutes of Health, Magnesium
- USDA National Nutrient Database for Standard Reference Release 28, November 10, 2015